DIA 03/02/2009 – UM DIA DE REFLEXÃO SOBRE O AMOR E A GRATIDÃO, A VIDA E A MORTE – 33º DIA

Todos de pé, dentro dos automóveis às 6:15 da manhã, rumo à Portaria Leste (foto ) do Taj Mahal. Nosso carro ficou em um estacionamento e tomamos um micro-ônibus elétrico, normalmente os turistas gostam de utilizar a versão bicicleta de rickshaws, mas não tínhamos tempo, pois nossa expectativa era de ver o sol nascer e iluminar as várias faces do Taj Mahal que dizem ser uma cena de sonhos. Infelizmente, em função dos atos terroristas, os portões da grande muralha do Taj Mahal abriram somente as 7h e 30minutos, alegando ser um horário de segurança. Tempos pós-modernos da sociedade e da cultura do medo!
Portões abertos, o impacto da beleza da área de entrada do Portal do Taj Mahal. É inexplicável narrar com palavras (mais uma vez nesta viagem).
Uma neblina seca e suave encobria toda a área, pois o Taj Mahal é na margem Direita do Rio Yamuna, o segundo Rio mais sagrado da Índia e que se deságua no Rio Ganges (Que se pronuncia Ganga, nome de uma Deusa expressa pela energia feminina do Senhor Shiva – o transformador). Portanto, até agora já conhecemos dois dos 7 Rios mais sagrados da Índia.
Adentrando o portão de entrada (foto ) o impacto aos olhos e ao coração... erguia-se aos olhos nossos algo que parecia flutuar no ar, envolvido na neblina onírica (dos sonhos). (foto - nosso grupo avista do Mausoleu). Taj quer dizer Coroa e Mahal, quer dizer Palácio. Ou seja, palácio da coroa. O mausoléu que tem aparecido na nova novela da TV Globo, Caminhos da Índia, tem uma história de amor belíssima. Um imperador famoso da Índia da Idade Moderna (século XVII) chamado de Shah Jahan apaixonou-se perdidamente por uma filha de um nobre indiano, chamada Mumtaz Mahal. Com ela teve 14 filhos, no último nascimento do filho deles ela ficou gravemente doente e morreu. Antes da morte pediu ao seu marido que construísse um grandioso monumento sobre sua tumba. Inconformado, o Imperador Shah Jahan ficou com a saúde muito abalada. Por dois anos o Imperador guardou luto e sempre visitava o túmulo de sua amada que até então estava enterrada em um Jardim. Em 15 de junho de1631, registra-se que ele chorou compulsivamente sobre o túmulo da amada. Depois desta data ele passou a fazer donativos em nome da paz celestial da alma. Em 29 de dezembro de 1631 o corpo de Mumtaz Mahal foi transferido para um jardim na margem esquerda do Rio Yamuna, que pode ser avistado do Templo que foi construído para concretizar definitivamente o pedido da amada do Imperador. (do Templo atual é possível avistar, do outro do Rio, o tal Jardim). O Imperador então consultou vários arquitetos do mundo e o turco Ustad Isa Afanti foi o escolhido para fazer a obra que então pudemos admirar. O mármore branco do Taj Mahal foi buscado em longa distância no estado vizinho do Rajastão (para onde ainda iremos nesta viagem). A obra gigantesca famosa pelo luxo e perfeição simétrica das construções e desenhos, durou de 1631 a 1648. Mas obras em torno da Tumba, levaram mais uns 5 anos, totalizando 22 anos.
Tirando toda esta história, o que sentimos na atmosfera do Taj Mahal, à medida em que o Sol iluminava as cúpulas e os jardins era uma sutileza de amor no ar. É inexplicável a sensação sentir, observar as formas, as cores, os cheiros, os sons de pássaros no ambiente. Parece que o amor dos imperadores, faz gerar nos visitantes do Taj Mahal, algo como gratidão pela vida bem vivida e pela morte venerada com amor. Pensamos que todas as pessoas deveriam sentir o que sentimos nesta visita. Lá vibramos com cada detalhe dos desenhos rendados em mármore e até pedras preciosas nem é possível sentir qualquer sentimento de tristeza mesmo de frente à tumba onde repousam os restos mortais do casal romântico desta história de amor. (fotos )