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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

06/02/2009 – EM CONTATO COM CRIADOR DO MUNDO MATERIAL – O DEUS BRAHMA – 36º DIA



O dia amanheceu nas montanhas de Pushkar. Dia claro de deserto, tomamos o nosso café e fomos descobrir Pushkar. Inicialmente um grupo pesquisou preço de safári para as estepes, viajando de camelo e dormindo em tendas, com direito a jantar e apresentação de dança do Rajastão. Acabou que 8 pessoas quiseram fazer o safári e 8 preferiram continuar na cidade. No caminho até o centro de Pushkar, era possível imaginar o que encontraríamos... muitos peregrinos, devotos (foto 1) e principalmente homens renunciantes perambulando pela Índia em contato com as divindades, aos nossos olhos ocidentais chamaríamos de andarilhos... Em Pushkar para onde se olha vê se torres de templos hindus.
Caminhando em direção ao centro da cidade, o nosso Guia John apresentou-nos o templo Sikhi que está quase concluído em Pushkar. Ele dizia que os Sikhis se consideram os genuínos hindus. Os sikhis ficaram e são famosos na Índia pois foram eles quem ajudaram ferrenhamente a expulsar a Inglaterra aqui da Índia, e lutaram para expulsar os muçulmanos da Índia e foram e são terminantemente contrários a criação do Paquistão, que em 1947, com a Independência Inglesa, Gandhi negociou a paz, criando um país para os mulçumanos. Até hoje os sikhis não vêem com bons olhos o famosos Gandhi para o mundo ocidental e até mesmo para muitos indianos. Aos nossos olhos, os templos sikhis da Índia mais se parecem mesquitas islâmicas, justamente templos que se assemelham aos supostos rivais dos sikhis. O comportamento também se parece com as alas mais ortodoxas do islamismo, essa relação daria um bom estudo psicológico... risos...
Saindo deste templo, um senhor com tilaka (marca com pó ou tinta natural entre as sobrancelhas) começou a nos explicar que Pushkar significa: Push é flor, kar é mãos, ou seja a cidade da flor nas mãos. Isso se relaciona à história que as forças do universo concentradas em
Vishnu (o preservador), um dia fez manifestar uma flor do umbigo do Deus, depois que a esposa dele, Lakshmi (a Deusa da abundância espiritual e material) lhe fazia carinho nos pés. Do centro desta Flor, manifestou-se o Senhor Brahma e a partir dele toda a criação material que se tem notícia desse nosso mundão. O que isso tem haver com Pushkar? O Senhor Brahma resolveu a depositar esta Flor brotada de Vishnu em um Lago maravilhoso (se não fosse a poluição... mais maravilhoso seria!) bem no centro de Pushkar. (foto 2) Portanto, esta pequena e charmosa cidadezinha passou a ser um centro Bramânico para a Índia e para o mundo. Para se ter uma idéia, é o único templo de Brahma em toda a Índia. (foto 3) No geral, encontra-se muitos templos voltados à devoção ao Senhor Shiva e ao Senhor Vishnu. (foto 4, neste templo a tradição diz que nós ocidentais não podemos entrar) Em função de toda esta história, inúmeros templos foram sendo fundados em torno do Lago e também distante dele. Ou seja, Pushkar respira e transpira devoção. (foto 5)
Muitos do grupo foram iniciados na beira do lago, repetindo mantras e oferecendo flores, coco e boas intenções às nossas pessoas queridas e também a nós mesmos. (foto 6) Ao final, recebemos uma tilaka entre as sobrancelhas e um cordãozinho amarrado no punho. Com isso tínhamos a nossa energia preparada para devotar no templo do Senhor Brahma. Durante a iniciação a paisagem que nos cercava era deslumbrante, templos pintados em azul claro, escadarias à beira do lago, chamadas de Gaths (portais de contato com Deus), muitos devotos da Índia e do mundo todo... ao mesmo templo assusta aos olhos ocidentais o lixo na beira do lago, fezes de vaca que caminham tranquilamente pelas escadarias, fezes de pombos (que são inúmeros) e também fezes e urina de gente... Mas acreditamos que isso não interfere na fé dos devotos do mundo todo e muito menos dos indianos. Circundar o Lago é algo fascinante pois o viajante vivencia a materialização da fé humana ao longo de milênios, mesmo que a fé vem sendo coisa perdida depois que inventamos o capitalismo. Por falar nisso, como todo centro de peregrinação no mundo, desenvolveu-se intenso comércio de tudo quanto é tipo de produtos indianos que são meninas dos olhos dos ocidentais. Por onde se anda, lojinhas lotadas nos oferecem preços excelentes em tudo. Parte do grupo iniciou a visita a Pushkar pelo Lago e outra parte pelas compras.
Correria para o almoço pois um grupo contratou uma empresa para fazer o Safári nas estepes semi-desérticas do Rajastão e outro ficaria na cidade com templo livre. A cidade convida a cada um fazer o que quer, bem diferente dos ritmos anteriores em que todos estavam sempre junto fazendo as mesmas coisas.
Chega um momento especial, para todos nós... andar de camelo rumo a uma paisagem quase desértica.

2 comentários:

  1. Odete vc ta lindo com esse óculos escuro.A Anália tbm está ótima.adorei a Lucinha no camelo rsrsrsrrs na verdade estou me divertindo muito com vcs, só de entrar no blog pra mim é como se eu estivesse aí.Porém nao vejo a hora de vcs voltarem.bjos
    Lulucia

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  2. Ola !!!!!!!!!!! Que linda cidadezinha .Parece um filme , ver estes lugares encantadores atravez de voces . Penso que eu ai, faria loucuras nas lojinhas que vc mencionou. Mil vezes beijos p/ Lucinha, Raquel, Edilamar, Analia é para oce chefe.
    Com carinho, Divina

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